quinta-feira, 13 de outubro de 2011


Situação 1

Vamos lá: na vida, em todos os sentidos, quando começa o seu direito e termina o do outro? Dificílimo o convívio em sociedade quando entra essa questão. Mais difícil ainda é se ela for esquecida no ambiente de trabalho.

Sempre parti de um pressuposto na vida: devemos sempre nos colocar no lugar do outro. Eu tento fazer isso no meu dia a dia e quando vejo alguém ignorando a vida alheia isso me irrita, o que me faz ter a sensação de quem deve mudar nessa história toda sou eu.

Enfim, trabalho. Meses atrás, num dia da semana, atrasei meu horário de almoço para atender todos que esperavam e porque uma colega estava bemmmm atrasada. Atendi, almocei tarde, me chateei, mas eram ossos do ofício. No outro dia, atraso de uma hora e quarenta e cinco minutos da mesma colega. Quase duas da tarde, morando sozinha, com um cachorro pra cuidar, eu saí. Deixei o local sozinho? Não, pois o chefe estava lá, juntamente com 2 funcionários. O mesmo chefe, ao me ver sair, achou descabido e não gostou por ver que optei pela minha necessidade e DIREITO de não ser lesada por falta de responsabilidade dos outros. Saí e eu sabia muito bem que aquilo teria consequências......(e teve).... na avaliação anual. Ossos do ofício.


Situação 2


Dia tranquilo, sem muitas pessoas pra atender. Um colega vira pra mim e diz que sairá mais cedo, as 11 horas. Qual o horário que eu deveria sair? Meio dia (agora começa a entrar o famoso altruísmo- se colocar no lugar do outro). Todos foram almoçar e eu fui ficando. Meio dia..... nada. Meio dia e dez......nada. Meio dia e 30 minutos... NADAAAA. Já tinha atendido todo mundo, estava preocupada com meu cachorro sozinho, sem comer (e mais tarde ainda ouvi um imbecil dizer que era frescura dar comida pro cachorro em horário certo) e nada da colega. Quando deu meio dia e trinta e cinco, eu saí, e com essa atitude eu sabia muito bem o que ia acontecer. Sim, joguei merda no ventilador e estava pronta para as consequencias. E elas vieram.

Resumindo: o chefe chamou atenção de todas as funcionárias. Todas. Correto? Óbvio que sim, e necessário, afinal a vida particular de cada uma alterou algo no ambiente de trabalho. Foi correto me chamar atenção também? Sim, foi. Entretanto, as pessoas misturam muito as coisas e esquecem que há modo e MODO de se falar algo pra alguém.

Quando eu falei que sempre saía naquele horário por conta do meu cachorro, o dito cujo me deu exemplo de um guarda que dormiu aqui, deixando mulher e filha sozinha. HELLO, ora bolas... eu fiz concurso para Vigilante? Não...não fiz. Segunda coisa que me aborreceu. As colegas precisaram atrasar, coitadas. E eu? Até quando eu ficaria a mercê do atraso imprevisível e rotineiro? Terceira coisa gritante e que veio à tona a situação 1: o chefe me dizer: “não é a primeira vez que isso acontece aqui dentro”. Indireta que merecia resposta na ponta da língua, mas tive preguiça intelectual de dá-la. Não merecia.

E O PIOR dos piores: a sensação de que minha vida particular devia estar em segundo plano e a repartição em primeiro lugar. Ai entra a discussão da motivação de se estar aqui. Já falei muito disso no blog e não vou ser repetitiva. Só dá pra dizer: valorização 0,5. só pra não ser injusta.

Aí vem outra questão. Quem é solteira, tem vida menor, menos varolosa que a dos demais? Ser casado é um status e, em contra partida a solteirísse é quase uma lepra?

Então, as coisas estão nesse pé. Não suporto mais ficar nesse ambiente. Um lugar no qual as pessoas discutem por causa de ar condicionado, que colegas descem freneticamente pra fumar e malhar a vida dos outros, em que se uma colega solteira falta, ela pode estar “grávida”, qu se você muda o caminho de trajeto, é porque você dormiu fora de casa. Definitivamente, é um lugarzinho bem insuportável de se ficar. 2011 tem sido de fato um ano difícil em todos os sentidos. Vontade de mandar isso aqui com todo mundo (mentira, todo mundo não) pro saco e direto pro espaço.

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