sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Meu dia!!!!!

Sou uma sujeitinha implicante. E não digo isso fazendo mea culpa. Falo pq não me incomoda. Sou e ponto. E algo me irrita muito:  erros de Português. Não os meus, looogico. Os erros dos outros. Tudo que costumo escrever, eu não leio depois, exceto no serviço mas,  capaz que vou reparar nas minhas derrapadas. Eu não erro, no máximo, uso linguagem coloquial e licenças poéticas!!! Mas, copiar o nome da eterna Lispector com dois " ss" foi um pouco demais. Foi o sono.... (rs).  Enfim... passou, passou.





           E hoje, dia 28 de outubro é dia do Funcionário Público. Ah, como costuma me dar prazer em repetir isso pra mim e para os outros: é meu dia!! hello, sou servidora pública e federal. É algo que de fato me  dá orgulho de dizer porque foi um processo difícil na minha vida e suado. Eu saí de um trabalho frustrado como autônoma e tive medo de ficar frustrada, arrependida, mas não. Engraçado, eu tenho prazer em atender as pessoas, eu gosto de tratar bem, de conversar. Dificil alguém sair da minha mesa insatisfeito e até pros mais turrões, um sorriso sempre quebra o mal humor ou o medo de ser mal atendido. Minha arma: o sorriso, sempre.
         Ando acostumada a ouvir elogios de contribuintes onde trabalho. E isso chega a ser contraditório, pois ninguém entra feliz na Receita Federal. Pelo contrário, o normal é o sujeito chegar lá fulo da vida até com a progenitora. Então, eu sempre vou trabalhar preparada pra infortúnios, pra reclamações. Antes de alguém entrar, já espero grosserias e o que vier é lucro. Só o retorno do que faço tem sido positivo e o não constante é justamente o contrário: a famosa grosseria, o famoso piti!!
         Como me assusto com pitis. Dói. Eu levo pra casa, penso, fico remoendo cada fala, cada expressão facial. Fico pensando nas respostas que eu poderia ter dado. Revivencio o momento, de uma forma em que eu viro She-ha e reverto tudo a meu favor. Em suma, me desgasto e perco um dia. Não devia ser assim.
         Vou contar o que ocorreu anteontem e que terminou em grosseria. Eu trabalho com empresas. Analiso alterações contratuais, baixas, aberturas, etc etc etc. Lido muito com contadores e todos me conhecem, afinal, se trata de uma cidade pequena. Quando há erros, apontados em um manual de trabalho interno, eu indefiro, recuso o documento apresentado por eles. E ai começa a dor de cabeça. Quem é professor, deve saber me responder melhor, porque como psicóloga, eu ainda não encontrei respostas: porque o ser humano tem tanta dificuldade em ser corrigido, em concordar que errou? Isso tem sido uma constante no meu trabalho e sempre que indefiro algo, fico tensa, esperando reações nada racionais, principalmente das mulheres (porque, desculpem-me as da mesma categoria, mas os homens são mais fáceis de se lidar e não vou entrar nesse mérito agora). E lá veio o piti da contadora...
       Primeiro, ela me liga em pleno horário de atendimento ao publico. EU NAO PARO....HELLO...EU NÃO PARO! Há no Brasil, e isso não é a toa, uma idéia de que funcionário público não trabalha. Cacete, eu não paro da hora que chego até a hora que saio. Bom, óbvio que não atendi e não atendo. Prioridade pra mim é quem está na minha mesa, quem pegou senha. Fim do expediente, eu com a bolsa nos ombros...a dita cuja liga. Expliquei o que havia acontecido, frisei que já estava indo embora e a danada querendo discutir. Propus a ela que me ligasse hj, a partir das 9 horas porque eu nao tinha o documento em mãos (como se eu trabalhasse só o dela) e que analisando o que eu tinha feito seria mais correto para dar um retorno. Chegou o dia de ontem! A bonita me manda uma funcionária, alías, muito simpática, pegar informação. Eu mostro o documento pra menina, aponto onde estava o erro e dou por encerrado meu trabalho. Mas, quem me liga??? Quem não se deu por convencida? A contadora. E liga no horário do expediente.... e acha ruim por eu não atender ( sendo que eu nem sabia que ela havia ligado heim....quem atendeu foi colega que me via ocupada...ou seja, alguém de BOM SENSO... homem....(rssss.. não me atirem pedras, meninas). Dá 15 horas em ponto, e ela liga de novo:
         Agora, td que eu disser e relatar, faz parte de momentos veridicos, mas da forma que eu registrei. ps: Sou imparcial, msm sendo algo que me deixou muiiiito puta, da vida, claro. E só pra ilustrar: ela sempre foi muito educada comigo. De verdade e não estou sendo ironica.
          Contadora: Carol, boa tarde.. É a fulana, vc tá podendo falar agora (já com tom sério)
          Funcionária relapsa: Olá fulana, boa tarde. Sim, já posso atender, terminou o atendimento ao público.
          Contadora: então Carol, é muiiiiito difícil falar contigo e eu estou com pressa, tem cliente em cima de mim cobrando...
          Funcionaria relapsa: eu posso te ajudar em que fulana? estou com o seu documento em mãos.
          Contadora nervosa: vc indeferiu o documento, mandou esse papel aqui pra mim e não sei o motivo. O selo foi .... (confesso que não entendi nada do que ela falou e nem sequer consigo reproduzir)
          Funcionária já puta, mas puta estilo Hilda Furacão: Fulana, seu documento foi indeferido porque a data que vc informou no meu sistema não foi a data do registro do ato na Junta Comercial, e sim a data do arquivamento.
         Contadora falando alto: um selo sobrepoe o outro, nao tem nada errado!!!!!!!
         Funcionária estilo Sandy&Junior: Não fulana, a data que eu considero e que meu manual interno pede é a data do registro. É só vc corrigir e mandar novamente, só isso.
         Contadora Suzana Vieira: Olha aqui, eu já trabalho nisso há 8 anos ( e eu com isso) e agora eu quero saber como eu faço nos documentos futuros... nao, porque agora eu to perdida, ja nem sei mais o que fazer..pq nao sei o que vc vai querer ou nao... me ensina a trabalhar Carol!!!!! (nuuuuuuuuu)
        Funcionária Comer, rezar e amar: Fulana, não vamos falar de futuro mesmo porque eu não posso interferir e nem dar instruções pro seu trabalho. Esse documento já foi indeferido e basta vc fazer um outro com a data do registro. Ponto.
       Contadora.....: olha Carol, mt obrigada pela sua boa vontade ta???? Eu em 8 anos (ela repetiu isso) nunca me indispus com ninguem ai, mas nunca mais, nunca nunca nunca nunca mais (juro que ela falou isso td ai) vou ligar pra te amolar, pra te atrapalhar no seu serviço tao importante ta?
       EU, CAROLINE: Ok, fulana. Altere a data e encaminhe pra gente o documento. Estou a sua disposição aqui na RFB para o que precisar... e desliguei.
      CATARSSSSSSSSSSSE NO TELEFONE. Mereço isso??? Devo merecer, como diria minha mãe, sei lá o que eu fui em outra vida. Agora, ve se pode? Eu desliguei o telefone assim, tentando entender a situaçao, o que desencadeou aquele animalismo todo. O tom de voz agressivo, a voz alta, o telefone desligado na minha cara? Qual a real motivação uma vez que de fato ela estava errada. Alguma tinha, e eu desconfio apenas....
      E pra terminar o dia, eis que ela me liga de novo. Pediu perdão. Disse que jamais deveria ter falado assim comigo, pois sempre fui educada e solicita, só que ela estava passando por problemas e havia descontado em mim. Encerrei o assunto e desliguei.
       Bom, o que fica disso tudo: eu nao sou amiga intima pra ela despejar algo em mim. Fica nitido o incomodo pelo fato de lidar com alguem no meu cargo e outras questoes particulares que nem me interessam. Mas, dessa forma, a partir dessa situaçao eu conheci a verdadeira fulana, como tenho conhecido de fato tantas outras pessoas pelo caminho....
        Agora que nem sei o que escrevi e o porque cheguei aqui, não vai haver finalizaçao, porque to com preguiça de ler isso tudo. Porém, posso dizer o seguinte: fale um não pra alguém que sorri pra vc.. Negue algo a alguém que te trata gentilmente. Voce conhecerá o que realmente essa pessoa sente e pensa de vc....

Vou faxinar minha casa agora, porque amanhã é dia de JF!!!

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