sábado, 29 de outubro de 2011

E viva o progresso


Nunca acessei internet via Wirelles. Nesse apartamento novo de meus pais, aqui em JF, tenho feito isso há um mês. Sinto-me uma garotinha descobrindo algo incrível, maravilhada por uma novidade nem tão nova assim. E por estar tão abobada, nem consigo ter raiva da lerdeza da conexão. Costumo dizer que só acredito e acho bom o que eu pago, mas nesse caso, nem to reclamando.

Não consigo, desde os 18 anos, viver sem internet e, depois que surgiram essas redes sociais, através das quais é possível acompanhar a vida do outro (o que desperta infinitos sentimentos dentre os quais a inveja se sobressai em mim), é possível interagir, se informar. Na época em que vivi em Petrópolis, a net era minha grande companhia. Quanta solidão eu coloquei num bauzinho ao conversar com amigos de tão longe..... Se bem que agora, pensando bem, em Petrópolis eu não escrevia quase nada no blog. Aliás, nada. Acho que minha vida era vazia de tudo por lá, tudo mesmo. Até os sentimentos ruins, as decepções preenchem o nosso dia a dia de vida. Lá, o que eu fiz? Construí uma relação de amizade com a, até então colega de trabalho. Não que uma relação de amizade seja pouca coisa, ledo engano. Mas, além disso, mais nada se deu na minha vidinha... Minto, se deu sim... a famigerada Fascite Plantar nos dois pés, que veio a desencadear minha mudança, minha transferências e meus problemas e traumas futuros... Não quero falar disso agora. Já pensei demais, já os remoí demais e prefiro falar das consequências. Um dia, faço uma catarse por aqui, mas só se for necessário. De fato, estou bem. Hoje, estou bem. Muito mais dura, muito mais descrente, só que to por ai...

Bom, hoje, malhando na academia aqui do prédio dos meus pais, levei um dos meus livros prediletos pra ler: Comer, Rezar, Amar. Eu gosto do modo como Elizabeth Gilbert escreve. Se bem que, eu gosto do modo como o que Elizabeth Gilbert escreveu foi traduzido. Acho simples. Esse é o termo. E, assim, primeiro eu vi o filme. Fiquei tão brava quando várias amigas me disseram achar o filme chato. Caramba, eu devo ser do contra mesmo. Achei tudo lindo... a música então... Na verdade, houve da minha parte uma identificação total com a personagem e uma vontade imensa de fazer como ela: largar tudo e correr atrás da felicidade. A Itália... ahhh, a bela Itália que sonho conhecer desde criança estava lá, no filme. Tinha como eu não amar? E não foi diferente com o livro. Temi que fosse porque ou eu me apaixono pelo autor ou largo de lado. Não sou dessas que adora mostrar intelectualismo barato, que acha que citar grandes obras faz de mim alguém culta e refinada. Pelo contrário, eu idolatro Freud, Saramago, Quintana.... e da mesma forma como me faz bem ler Dan Brown!!! Seria diferente com Liz Gilbert e suas questões do universo feminino? Jamais. Falando nisso, preciso terminar de ler esse livro porque comprei Canalha!, de Carpinejar. A sensação que dá é que o cara observa o mundo e vai lá e pum: coloca no papel. Quando leio algo dele, me sinto observando o mundo, sentada no banquinho de uma praça. Enfim, só me lembrei dele porque outro dia, fuçando pelos blogs da web, dei de cara com o blog dele. “ Caraca”... pensei... “ele existe”. Até postei um comentário. Nem sei se foi salvo porque tentei me inscrever como seguidora, mas não consegui. Me enrolo nessa net. Continuo seguindo pelos poemas, mas agora sabendo que ele existe sim!!!

E voltando para a não menos apaixonante Liz Gilbert (apesar da minha franca preferencia pelos homens ) vou transcrever um trecho do livro que achei muito bonito:


“ Sinto que o destino também é um relacionamento- uma interação entre a graça divina e o esforço pessoal direcionado. Sobre metade dele você não tem o menor controle; a outra metade está completamente nas suas mãos e as suas ações terão consequencias perceptiveis. O homem não é nem uma marionete dos deuses e nem tampouco é senhor do seu próprio destino; ele é um pouco de ambos. Galopamos pela vida como artistas de circo, equilibrados em dois cavalos que correm lado a lado a toda velocidade-com um pé sobre o cavalo chamado destino, e o outro sobre o cavalo chamado “livre-arbítrio”. E a pergunta que voce precisa fazer todos os dias é: qual dos cavalos é qual? Com qual cavalo devo parar de me preocupar, porque ele não está sob meu controle, e qual deles preciso guiar com esforço concentrado”



Eu vou pra Recife. Uma decisão interna. E vou sozinha. Estou numa condição assim no momento: solitária. Vou precisar disso e já defini: Roma está na minha rota em março. Ou não.... no momento, só me resta no caminho o Carrefour pra abastecer a casa pq ando vivendo de poesias , vento e água.

Nenhum comentário: